Description
Victoria é uma mulher rica, bela e bem-sucedida que alcançou os mais altos degraus profissionais e sociais. No entanto, a protagonista de Tatu é também uma mulher cindida e vive uma guerra interior. Franco-brasileira, filha de pai negro e mãe branca, Victoria tenta entender seu lugar no mundo ao mesmo tempo em que busca resgatar suas raízes. Seu caminho será a literatura. Decidida a escrever um romance, Victoria luta para encontrar uma narrativa significativa, apaixona-se pelos saraus literários da periferia e tenta se reconectar com seu passado, profundamente marcado pelo abandono paterno.
Em uma linguagem ácida e dinâmica, o leitor é tragado para o centro das reflexões de Victoria em um romance que discute o caminho da negritude, questões raciais, sociais, protagonismo feminino e a própria importância da literatura.
Contra-capa de Djamila Ribeiro:
“Com uma escrita que não pede licença, por vezes, taxativa, Paula Anacaona descreve as crises e sentimentos de inadequação de uma mulher negra que “ousa” sair do lugar imposto. Com ironia e verdade, relata o que é ser uma mulher negra rica, mas sem mostrar como no Brasil – na França e nos EUA as experiências lhe são diferentes – ocupar esse lugar pode ser ainda mais inquietante. O país que ainda preserva muito fortemente as relações de Casa Grande e Senzala, vê com menos naturalidade a possibilidade de se transcender uma condição que estrutura a vida da maioria das mulheres negras brasileiras. Importante notar como a personagem é construída com as complexidades e contradições próprias do humano. Não esperem uma personagem que segue um script de “como uma mulher negra deveria ser”, ao contrário, ela também reproduz valores próprios do seu tempo, da sua classe, ao mesmo tempo que consegue, em algumas passagens, também ser crítica e questionar imposições. Isso, de todo modo, também é restituir humanidade, desnaturalizar comportamentos, marcar subjetividades. Texto corajoso, que desestabiliza e provoca, afronta verdades e destitui heroínas.”
Wilker Souza –
Você construiu uma personagem negra que foge a estereótipos comuns de vitimização. Ela é repleta de contradições, o que a torna densa, humana e por isso muito bem-vinda no cenário atual da literatura brasileira, tão carente de personagens como a Victoria.